Candidato
a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton
Mourão (PRTB) pediu nesta segunda-feira (17) que a posição do presidenciável de
colocar em suspeita o processo de votação eletrônica seja relevada porque ele
está "fragilizado" e passou por duas cirurgias graves.
"É
aquela história, né? Vocês têm que relevar um homem que praticamente morreu,
quase morreu, há pouco mais de uma semana. Passou por duas cirurgias graves. O
cara 'tá' fragilizado. Então vamos relevar o que ele disse", declarou o
general da reserva do Exército.
Em
transmissão ao vivo na tarde deste domingo (16), diretamente do quarto do
hospital Albert Einstein, onde está internado desde o último dia 7, Bolsonaro
criticou o STF (Supremo Tribunal Federal) por derrubar a obrigatoriedade do
voto impresso e disse que, sem esta garantia, há uma chance grande de fraude
nas eleições de outubro.
"A
narrativa agora [após a divulgação do Datafolha] é que perderei no segundo
turno para qualquer um. A grande preocupação não é perder no voto, é perder na
fraude.
Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta", declarou Bolsonaro.
Então, essa possibilidade de fraude no segundo turno, talvez no primeiro, é concreta", declarou Bolsonaro.
Instado a
dar a sua opinião sobre o tema, Mourão demonstrou pragmatismo e otimismo.
"Minha posição é a seguinte: o jogo é esse, nós vamos jogar e vencer no
primeiro turno", declarou.
Mourão
afastou ainda a possibilidade de a chapa contestar o resultado eleitoral caso
Bolsonaro não vença. "Não, pô, quem vencer, venceu. Só tenho pena do
Brasil se o PT vencer, sinceramente", disse o militar.
Mourão
também foi questionado se acha que deveria assumir a campanha e participar de
debates diante da impossibilidade do companheiro de chapa. "Não, porque o
candidato é o Jair Bolsonaro. Eu sou o apêndice dele, apenas isso",
respondeu.
"Não
é o caso, a não ser que ele tome essa decisão, e que os outros candidatos
também aceitem. Isso aí não é uma coisa unilateral", explicou, o candidato
a vice.
Ele
declarou que, pelo que soube dos médicos, a expectativa é que Bolsonaro tenha
condições de trabalhar na campanha apenas daqui a "umas três, quatro
semanas". "Então, se por acaso a gente não vencer no primeiro turno,
ele estará na campanha do segundo", disse.
Mas esta
não foi a primeira vez que o candidato questionou o futuro resultado das urnas.
Um dia antes de levar uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG),
Bolsonaro afirmou que a eleição desse ano será contestada independente
de quem seja o vencedor. O deputado federal disse que
"outro lado vai arguir a suspeição" de qualquer um que ganhar.
A
declaração de Bolsonaro gerou reações do presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), Dias Toffoli. Ele afirmou as urnas eletrônicas usadas nas eleições
são confiáveis e que não tem "sentido" questionar a segurança dos
equipamentos.
"Não
tem absolutamente sentido isso, as urnas eletrônicas brasileiras são totalmente
confiáveis", disse Toffoli.


