"Diante do fracasso das candidaturas reformistas de 'centro', o Grupo Globo resolveu apoiar, na falta de outra opção mais confiável, o capitão reformado Jair Bolsonaro, único candidato com chances de derrotar o PT, o inimigo a ser abatido", escreve o jornalista Ricardo Kotscho.
"Com Haddad crescendo sem parar e Bolsonaro estacionado ou começando a cair, era preciso agir rápido", diz. "Variadas matérias sobre Bolsonaro, incluindo uma entrevista exclusiva no avião que o levou ao Rio, e o depoimento da ex-mulher negando todas as acusações que havia feito contra ele, publicadas pela revista Veja, ocuparam a maior parte do tempo do Jornal Nacional", continua.
O jornalista reforça que, nesta segunda-feira (1), "no final da tarde, antes do Jornal Nacional, a Globo News já deitou e rolou em cima de uma 'delação premiada' do ex-ministro Antonio Palocci, feita em abril à Polícia Federal, e liberada pelo juiz Sérgio Moro só agora, a seis dias da eleição, depois de ser rejeitada pelo Ministério Público Federal por falta de provas". "As acusações de Palocci contra Lula, Dilma e o PT foram dadas como fato consumado, transitado em julgado".
Segundo Kotscho, também nesta segunda, o Jornal Nacional entrou o bombardeio contra o PT embrulhado no pacote entregue por Moro com a delação de Palocci, que William Bonner apresentou como a bala de prata tão aguardada".