A Polícia
Federal (PF) cumpre nesta terça-feira (16) oito mandados de busca e
apreensão em São Paulo, Goiás e Distrito Federal para aprofundar
investigações de suspeitas de injúria e difamação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes,
do STF, relator do inquérito aberto em março para apurar ofensas a
magistrados da Suprema Corte e informações falsas envolvendo os
integrantes do tribunal. Os mandados se basearam em opiniões negativas
feitas por pessoas sobre o STF e em ofensas à Corte. Em alguns casos, as
buscas se basearam no que o Supremo considerou serem ameaças ao
tribunal.
No despacho, o ministro diz que foi verificada "a postagem reiterada em
redes sociais de mensagens contendo graves ofensas a esta Corte e seus
integrantes, com conteúdos de ódio e de subversão da ordem".
Além da apreensão de celulares, tablets e computadores, Moraes
determinou o bloqueio de contas em redes sociais dos alvos e disse que
todos devem prestar depoimento. “Determino, ainda, o bloqueio de contas
em redes sociais, tais como Facebook, WhatsApp, Twitter e Instagram,
desses mesmos investigados”, diz o texto.
Alvos dos mandados de busca e apreensão:
- Omar Rocha Fagundes, em Anápolis (GO)
- Isabella Sanches de Souza Trevisani, em Ferraz de Vasconcellos (SP)
- Carlos Antonio dos Santos, em Ribeirão Pires (SP)
- Erminio Aparecido Nadin, em São Paulo (SP)
- Paulo Chagas, em Taguatinga (DF)
- Gustavo de Carvalho e Silva, em Campinas (SP)
- Sergio Barbosa de Barros, em São Paulo (SP)
Candidato derrotado ao governo do Distrito Federal na eleição do ano
passado pelo PSL, o general da reserva Paulo Chagas confirmou na manhã
desta terça-feira, em uma rede social, que a PF foi até a sua casa.
"Caros amigos, acabo de ser honrado com a visita da Polícia Federal em
minha residência, com mandado de busca e apreensão expedido por ninguém
menos do que ministro Alexandre de Moraes. Quanta honra! Lamentei estar
fora de Brasília e não poder recebê-lo pessoalmente", escreveu Paulo
Chagas.
A investigação que apura ofensas a magistrados da mais alta Corte do país foi instaurado, em março, por ordem do o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli.
Na ocasião, Toffoli informou que Alexandre de Moraes – ex-ministro da
Justiça e ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo – iria
conduzir as investigações.
O inquérito foi alvo de críticas de procuradores da República que atuam
na Operação Lava Jato, juristas e até mesmo integrantes do STF. Um dos
magistrados mais antigos da Suprema Corte, o ministro Marco Aurélio
Mello foi uma das vozes críticas à decisão de Dias Toffoli.
As primeiras medidas no inquérito ocorreram uma semana após a abertura da investigação. Na ocasião, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas de suspeitos em São Paulo e Alagoas.


