O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu
prazo de dez dias para o presidente Jair Bolsonaro se manifestar sobre o
bloqueio de 30% das despesas de custeio das universidades federais, e
submeteu o processo para julgamento do plenário da Corte. A decisão, que
ocorre após o PDT entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) contra o corte anunciado, tem o intuito de dar tramitação mais
rápida ao assunto.
O envio do processo ao plenário do STF
significa que Celso de Mello, relator do processo, não analisará o
pedido de liminar apresentado pelo partido. O partido pedia, na ação,
que fossem suspensos os efeitos do decreto que determinou o congelamento
de verbas até o julgamento da ação. A decisão determina que o plenário
analise diretamente o mérito do bloqueio, sem passar pelo pedido de
liminar.
Não há data para julgamento da ação. Celso de
Mello precisará terminar seu voto para que o assunto seja apresentado
para análise dos outros ministros, o que não tem prazo para ocorrer.
Polêmica
O
bloqueio de 30% no orçamento de universidades e institutos federais foi
anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) um dia após o ministro
Abraham Weintraub ter dito ao jornal O Estado de S. Paulo que
instituições de ensino seriam penalizadas com corte de verbas por
"balbúrdia". A pasta esclareceu que o corte seria feito em todas as
instituições federais, não só nas que tivessem casos considerados como
"bagunça".
O PDT entrou com a ação há uma semana, após o
bloqueio ter sido confirmado em decreto publicado no Diário Oficial.
No
processo, o partido alega que o bloqueio fere artigos da Constituição
que tratam do dever do Estado com a educação e da autonomia
administrativa e de gestão financeira das universidades.
Corte no orçamento de universidades será julgado por plenário do STF
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maio 11, 2019


