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Vídeo de fraude em urna divulgado por Flávio Bolsonaro é falso, diz TRE-MG

 
O TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) investigou um vídeo divulgado no twitter de Flávio Bolsonaro e verificou que se trata, na verdade, de uma montagem.

No vídeo, um eleitor filmou uma urna supostamente com problemas. Quando o eleitor digita o número 1, a tela da urna mostra a imagem do candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, número 13.
"Estou preocupado. Uma enxurrada de gente está reclamando de problema na votação. Não consegue chegar até o presidente, conclui a votação antes de chegar ao último que é o presidente. Marquei o TSE porque quero saber se é verdade. Não botei mais porque não quis fazer alarde", disse o candidato ao chegar no local de seu voto, em Vila Isabel, zona norte do Rio.

Um perito do TRE-MG demonstrou, utilizando um programa de edição de imagens, como foi feita a montagem.
"Há dois barulhos de cliques [do teclado]. Nesse momento, quando a pessoa está digitando, a imagem não mostra o teclado por completo, sugerindo que uma segunda pessoa tenha feito esse segundo clique", explicou.

Além disso, a imagem com o candidato do PT Fernando Haddad foi "plantada" sobre a tela. Há um brilho sobre a tela que não é característico da urna eletrônica, afirmou o especialista em edição de imagens.

Após a Justiça Eleitoral desmentir o vídeo, Flávio Bolsonaro agradeceu. "Agradeço ao @TSEjusbr pelo retorno da minha denúncia. Como cidadão exijo o esclarecimento de qualquer fato encaminhado pelos eleitores. Se houvesse o voto impresso nada disso estaria acontecendo. Obrigado!", escreveu em sua conta no Twitter.

TSE apurou denúncia

Mais cedo, a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministra Rosa Weber, declarou que o Tribunal estava apurando a denúncia de suposta fraude em uma urna eletrônica apontada por Flávio Bolsonaro, candidato ao Senado pelo PSL no Rio de Janeiro e filho do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL).

"A informação acabou de chegar ao TSE sobre a ocorrência desse vídeo. A Polícia Federal e o Ministério Público já foram acionados para que essa urna seja constatada, retirada e auditada. Se estiver traduzindo alguma irregularidade que seja explícita, será esclarecido e a urna será retirada", disse a ministra em entrevista coletiva no fim da manhã deste domingo (7).

A presidente do TSE também fez um alerta sobre o grande volume de notícias falsas ("fake  news") circulando nas redes sociais e aplicativos de mensagens. "Sabemos que as imagens, os sons, o que os nossos olhos veem nem sempre corresponde ao que realmente acontece."

Rosa Weber disse que "as fake news eram o assunto do momento" e que a primeira atitude do TSE para lidar com isso foi estudar o fenômeno ao longo dos últimos anos e desenvolver pesquisas sobre a influência da internet nas eleições e o uso de robôs na disseminação de notícias falsas.
"O TSE está atento a isso. Não é um fenômeno de fácil compreensão e não é um problema só brasileiro."

Questionada sobre a afirmação do ministro Luiz Fux, seu antecessor na presidência do TSE, de que eleições que fossem comprovadamente influenciadas por fake  news poderiam ser anuladas segundo o Código Eleitoral, Rosa Weber declarou que respeita "a posição pessoal do ministro Fux, mas não é a minha. Vou manifestar minha posição pessoal na hipótese de acontecer algo que leve o TSE a refletir sobre esse tema de tamanha gravidade. Uma coisa é certa: só diante de fatos, ocorrências, é que poderemos fazer uma afirmação a respeito [da possibilidade]".

Filmar ou fotografar a urna é crime

Outro filho de Jair Bolsonaro, o candidato a deputado federal pelo PSL, Eduardo Bolsonaro, pediu em suas redes sociais para que os eleitores gravem e façam filmes ao vivo de seus locais de votação.

O TSE esclareceu que o ato de filmar ou registrar com foto o momento do voto é crime eleitoral. A Lei Eleitoral 4737/65 proíbe que se tire qualquer tipo de foto ou grave vídeos durante a votação, incluindo fotos da urna e selfies na cabine. A lei foi criada com a intenção de se proteger o sigilo do voto, impedindo, por exemplo, que um cidadão tire uma foto para comprovar que votou em determinado candidato.

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