Além dos estudantes, professores de instituições públicas, federais, estaduais e municipais, também participam do ato público. A professora de ciências sociais, pedagogia, filosofia e psicologia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) Carla Liane foi uma delas. Para ela, é importante que todos os professores participem para fortalecer a categoria. "Nós, professores, somos um muro que se ergue cada dia mais forte. A rede estadual está em greve por outros motivos, mas precisamos abraçar a categoria. Vamos batalhar para a reestruturação da nossa democracia e por uma educação de qualidade", disse.
"A manifestação é importante para os estudantes mostrarem sua força. Não vamos deixar passar os cortes, estamos aqui para lutar e mobilizar a população", comenta Lúcia Bahia, 18 anos, presidente da União Soteropolitana dos Estudantes Secundaristas (Uses).
A deputada Olívia Santana também participa do ato público. "Fui estudante da Ufba e estamos aqui lutando pelos quilombolas, indígenas, pobres e LGBT+ que precisa estar nas universidades e nos locais de poder. Este presidente é das trevas e do obscurantismo, mas somos representantes da ciência aberta e democrática", comenta.
O diretor de combate ao racismo da União Nacional Estudantes (UNE) Elder Reis analisa o cenário atual. "Estamos lidando com um governo que pretende sucatear a educação. Ter uma sociedade que não seja capaz de lutar.
Mas não vamos permitir isso".
Quando questionado sobre o motivo de se esperar cinco meses para uma mobilização, ocorrendo apenas depois da confirmação dos cortes, Elder salienta que é necessário uma organização e os cortes foram o ápice para levar as pessoas para a rua. "Fomos para as ruas nas eleições de 2018 e mostramos nossa vez. Estávamos em um processo de organização que precisou ser antecipado com toda situação exposta a educação. Por isso viemos a luta agora e vamos ocupar todo o país", destaca.
Sob o som de "É ou não é piada de salão? Tem dinheiro pra Queiroz mas não tem pra educação" os manifestantes seguem para a Praça Castro Alves.
"Como mãe e professora afirmo que seremos resistência. Os cortes anunciados é uma tentativa de desmonte da educação, mas não vamos permitir. Vamos continuar lutando para ensinar com qualidade e que nossos filhos tenha uma educação de qualidade também. Não será um governo de abutres que vai destruir todo um trabalho feito por gestões passadas. Não vamos permitir", disse a coordenadora pedagógica do Colégio Municipal Sociedade Thomé de Souza.
Mobilização em todo o Brasil
Aproximadamente 75 das 102 universidades e institutos federais do Brasil fizeram convocação para protestos nesta quarta. O movimento é uma resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado pelo Ministério da Educação (MEC).


