Diretor do Inpe diz que será exonerado após críticas do governo a dados sobre Amazônia
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agosto 02, 2019
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão, disse nesta sexta-feira (2) que será exonerado do cargo. Ele se reuniu em Brasília com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. "Minha fala sobre o presidente gerou constrangimento, então eu serei exonerado", disse Ricardo Galvão.
Galvão gerou irritação em Bolsonaro ao contradizê-lo e ressaltar a intensificação do desmatamento no Brasil. "Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da república fazer", rebateu Galvão, criticando a fala de Bolsonaro de que "não existe desmatamento no Brasil".
O INPE detectou aumento de 88% no desmatamento na Amazônia em junho comparado ao mesmo mês no ano passado e de 40% no acumulado dos últimos doze meses (até 31 de julho)
Galvão disse que não teve que “defender” os dados sobre desmatamento para o ministro Marcos Pontes. “Frente ao ministro Pontes eu não tive que defender nada. Ele concorda inteiramente com os dados do INPE e sabe como são os dados do INPE”, disse. “O ministro é uma pessoa de alta capacidade técnica, um engenheiro”, afirmou.
Entenda o caso
Jair Bolsonaro acusou o Inpe de mentir sobre dados de desmatamento e de estar "agindo a serviço de uma ONG". As primeiras acusações de Bolsonaro contra o Inpe foram feitas na sexta-feira (19), durante café da manhã com jornalistas estrangeiros. As críticas do governo aos dados sobre o desmatamento continuaram e, na quinta-feira (1°), Bolsonaro voltou a fazer acusações contra o instituto.
Apesar do dizer que os dados são falsos, Bolsonaro admite que o desmatamento no Brasil aumentou: “Parece que está aumentando, mas não dessa maneira como foi divulgada”. Leia mais